16 março 2014

TEATRO NACIONAL DE S. CARLOS

Grande êxito da opera “El gato montés”

Francisco Morgado

A nova administração do S. Carlos, presidida pelo professor José António Falcão, trouxe a Lisboa esta grande obra, da autoria de Manuel Penella que a estreou nos palcos espanhois quase há um século (1917), mas que sendo uma das mais populares do país vizinho, nunca havia sido representada entre nós.
Do Teatro da Zarzuela de Madrid, veio o elenco principal, no qual se integraram artistas nacionais, como a contralto Carolina Figueiredo, os barítonos João Merino, Manuel Rebelo, o tenor Bruno Almeida e o baixo João Oliveira, bem assim como o coro residente do Teatro Nacional de S. Carlos e o Coro Juvenil de Lisboa.
O contributo musical, impressionante na execução desta obra, esteve a cargo da Orquestra Sinfónica Portuguesa, sog a direcção do maestro Cristóbal Soler.
Apenas duas representações, que tiveram lotações esgotadas – nos dias 7 e 9 de Março – com alguns aficionados de solera presentes na plateia e camarotes.
El Gato Montés, tem um argumento onde entra um matador de toiros, bandarilheiros, um picador, um apoderado, um padre aficionado e, obviamente uma linda mulher, Soleá, que divide o coração com o toureiro “ El Macareno” e o bandoleiro da serra de Granada Juanillo “El Gato Montés”.
Uma cenografia moderna, que vai mudando em cena aberta e recurso aos modernos meios audiovisuais, um libreto com todas “as falas” dos actores, na lingua original e em português, tudo isto dá à centenária obra um traço moderno que, rapidamente, mete os espectadores dentro do espectáculo.
O Teatro Nacional de S. Carlos prestou com esta iniciativa, um óptimo contributo à tese de que a tauromaquia, como forma de arte, está muito para além da circunstância do que se passa numa praça de toiros.
Um acto rico em qualidade, esplendor, um extraordinário grupo de actores ibéricos e sobretudo o aplauso para uma nova equipa que quer recomeçar a pôr o S. Carlos no centro dos actos culturais mais importantes, na cidade de Lisboa.
Para já, triunfo cantado com este Gato Montés, cujo passodoble soou imponente na sala da ópera, transportando-nos para o ambiente luminoso das praças de toiros.

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Autor: Rodrigo de Souza /TNSC